#TEFALUMNICORNER: A jornada empreendedora de Ramasela Molekwa
Hoje, no 'TEF Alumni Corner', destacamos a empreendedora sul-africana da TEF, Ramasela Queen Molekwa, que está gradualmente a iniciar a sua tão sonhada exploração avícola e a embarcar na sua jornada empreendedora.
P: Quando você recebeu a bolsa?
R: Recebi a bolsa em 9 de dezembro de 2021.
P: Você pode nos contar sobre seu negócio?
R: Eu administro uma avicultura, Ramotlele Poultry. É uma empresa start-up de criação de ovos com sede numa aldeia (área rural) na província de Limpopo, na África do Sul. Tivemos que começar do zero (fase da ideia) e o TEF foi a primeira subvenção ou assistência financeira que recebemos. Então começámos com a limpeza do local e a limpeza de arbustos, vedações, ligação de água, construção de instalações de ablução e actualmente terminamos a construção do aviário principal (só resta o telhado). Optamos por uma estrutura de concreto.
O próximo passo será a instalação das gaiolas em bateria e deveremos estar preparados para receber nosso primeiro lote de poedeiras para produção. Nossa construção foi atrasada pelo tempo chuvoso. Mas temos esperança de poder entrar em produção em breve. Estamos também no processo de tentar aceder a mais fundos, uma vez que a subvenção é insuficiente, uma vez que estamos a começar do zero com a construção, que provou ser um exercício de capital intensivo. A subvenção do TEF tem sido muito importante nas nossas operações iniciais, estamos muito gratos.
P: O que inspirou sua ideia de negócio?
R: Para mim, tratava-se mais de criar uma cadeia de abastecimento na minha aldeia. Há muito poucas oportunidades para os jovens e especialmente para as mulheres. Assim, a exploração avícola incentivará jovens e mulheres a criarem negócios dentro da cadeia de abastecimento avícola, como fornecimento de embalagens, rações, etc. Adoro cultivar e cresci numa casa onde praticávamos agricultura de subsistência. Não temos um negócio de criação de ovos na minha aldeia, apenas alguns vendedores de galinhas vivas em pequena escala, por isso vi uma oportunidade de mercado e aproveitei-a.
P: Como receber capital inicial, treinamento, orientação e apoio de networking da Fundação Tony Elumelu melhorou seu negócio?
R: Sempre que temos projectos governamentais na minha aldeia (como projectos de água e projectos de electricidade), é sempre frustrante ver que os homens são mais contratados do que as mulheres.
No começo era só uma ideia, uma ideia muito bem pensada e pesquisada claro. Mas com o treinamento TEF, consegui me comprometer a ir até o fim. Consegui agrupar essa ideia em um plano de negócios com itens claros e acionáveis. O treinamento foi a parte mais importante da minha jornada empreendedora. O capital inicial foi a próxima alavanca crítica para impulsionar meu negócio. Agora, em vez de uma ideia bem polida, eu tinha capital para colocá-la em ação.
P: Após o treinamento e orientação do Programa de Empreendedorismo TEF, como seu modelo operacional mudou?
R: Bem, inicialmente, eu estava um pouco cético em relação ao comprometimento em tempo integral, mas após o treinamento e a orientação, tenho uma direção clara, meus objetivos são mensuráveis e estou comemorando os poucos marcos que estou cruzando em meu plano de negócios. Agora posso me dedicar em tempo integral ao meu empreendimento porque sei exatamente o que precisa ser feito e mal posso esperar para estar operacional, para poder ter mais funcionários operacionais em tempo integral e poder capacitar mais pessoas.
P: O que você definiria como a proposta mais valiosa da sua empresa?
R: Na minha aldeia e nas aldeias vizinhas, é o único negócio de criação de ovos. Houve um projeto comunitário de criação de ovos (financiado pelo governo) há alguns anos, mas fracassou. Acho que estamos mais posicionados para o sucesso pelas habilidades que minha equipe traz para o projeto. As principais habilidades da equipe incluem gerenciamento de projetos, vendas, desenvolvimento de negócios, comunidade e operações. Isso garantirá longevidade.
P: O que você mais gostou em começar seu próprio negócio?
R: Gostei da liberdade absoluta de tomar decisões operacionais e do ritmo de aprendizagem ao longo da jornada empreendedora. Também aprendi a priorizar e direcionar recursos e energia onde necessário.
P: O que você acha mais desafiador em ser empreendedor?
R: Essas certamente seriam as incertezas que existem no mundo dos negócios. O rendimento é o maior desafio, especialmente nas fases iniciais, quando os fluxos de rendimento não são consistentes. O acesso a mais capital também é um desafio, uma vez que a subvenção nos permitiu começar, mas precisaremos de mais injeções de capital para estarmos plenamente operacionais. O outro desafio é o das incertezas do mercado, atender a demanda do novo mercado e competir no mercado saturado quando começarmos a nos aproximar dos grandes clientes varejistas.
P: Onde você vê seu negócio nos próximos cinco anos?
R: Nos próximos cinco anos, esperamos ter crescido para mais de 3.000 poedeiras, com uma produção anual de cerca de um milhão de ovos. Esperamos abastecer pelo menos três grandes varejistas com ovos.
Teremos também outra estrutura construída para acomodar o crescimento projetado.
P: Qual foi o seu fracasso mais significativo como empreendedor e o que você aprendeu com isso?
R: O primeiro fracasso que posso citar em minha jornada empreendedora talvez seja subestimar o comprometimento de tempo necessário. Com a formação TEF, comecei a pensar diferente e a me posicionar para uma transição em tempo integral. O que aprendi é que uma visão clara e, o mais importante, um plano prático, são fundamentais para me manter no caminho certo e motivado para continuar.
P: Qual é a sua conquista mais importante até agora?
R: Até agora em minha jornada empreendedora, eu citaria minha conquista mais significativa como a conclusão do rigoroso treinamento do TEF e, por fim, a obtenção do capital inicial do TEF e, finalmente, a construção da estrutura da granja avícola.
P: Como você define sucesso?
R: Para mim, sucesso é ser capaz de atingir consistentemente os marcos que me propus alcançar, não importa quão pequenos sejam. E a capacidade de refletir sobre quaisquer lições de atividades anteriores e de melhorar os próximos marcos.
P: Que conselho daria a outros empresários africanos, especialmente aos que estão apenas a iniciar as suas carreiras empreendedoras?
R: Meu conselho para eles seria começar. A paixão está aí, a vontade está aí. As oportunidades são muitas e há muito a aprender com qualquer tentativa ou experiência fracassada. Devem acreditar em si próprios e ver o empreendedorismo como uma oportunidade e não como um desafio. Dê a si mesmo a chance, você merece.
~ Autor: Chinenye Akandu